domingo, março 17, 2013

Poema Miúdo

Asfalto me diz mudo, que não estou no alto.
Assim me desnudo, sem sentir o chão.
Atrevo-me pra cima.

Salto.

Voo, com os olhos fechados.
Do eu, que não me era, parto.
Reparto o que não foi me dado.

Sei das noites mal dormidas,
Dos silêncios de partida.
Decorei o nascer e o partir do sol.

Anoiteço-me em janelas.
Embebo o céu com nuvens de algodão.
O asfalto é concreta verdade pavimentada.
O céu, minha certeza anuviada.

Prefiro lá.


(Ebbios e Vick)

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