quinta-feira, março 07, 2013

Janela Aberta


Era uma vez
um pescoço
e uma boca.
O pescoço era dela, por isso quase arrepio.
A boca dele, quase mordida.

Ela queria dormir,
ele, acorda-la.
mas acorda-la de sonho.
Haviam as mãos dele.
Passeavam no corpo dela — paisagem.
Como bicicleta no parque.
Ela em silêncio, dizia:
— Sou flor, toma o meu cheiro!
Ambos se noitavam.
Eram juntos no quarto.
O piso só tinha pés da cama.
pantufas dela,
e o lençol branco caído.
A boca dela, gemido.

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