A verdade está na roda de bicicleta — a vida gira.
O sorriso dela é entre vírgulas (aquela marquinha no rosto),
antes e depois dele há sempre uma coisa. Quando a coisa sou eu, é quase como se
inventássemos o agora juntos. Ela, que nasceu há um tanto de anos, alguns meses
antes de mim, trás esse poder no sorriso. Quem vê a pedra, não imagina que dali
pode surgir escultura, e quem vê escultura não imagina que ali um dia só se via
a pedra. Ela veio assim meio uma coisa meio outra — escultura lisa e pedra a se
talhar. Eu que também não sou inteiro me encaixo certinho no espaço dela.
Preenchemo-nos.
Um quarto de século fez nascer infância dentro da infância.
A menina de sorriso levado já é mãe. Tão menina, tão mulher. Nunca é cedo e
nunca é tarde, é sempre agora carregado de antes e depois. Eu que não estive no
antes, quero estar no agora em diante.
O Sol nasceu hoje de novo — eu vi — como a tantos anos,
quando ela cabia em barriga e saiu. O mesmo sol, num hoje de outro ano. Então
as coisas passaram a respirar o nome dela — existia.
Existe.
E amo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário