terça-feira, fevereiro 15, 2011

(fragmento de uma coisa outra)

Com que força ela me olhava! Parecia até que me via. Verdadeiramente via. Eu, que não estava nu, contudo. Sequer sei se estava ali. De súbito me vi no olhar que me via. Ela, que era linda. Bailarina. Miragem da minha sede -- e estava ali, no entanto. Com espanto me percebi sem saber onde colocar as mãos, porque ela verdadeiramente me via. Eu me senti dentro de mim e não soube o que fazer comigo. Quisera estar nela que é linda. As mãos deslocadas de o corpo estar tão no presente.  

Éramos silêncio. 

Um comentário:

Libânia disse...

Gosto do "encontro" dos seus textos, por me ver tanto neles. E é de uma beleza suas palavras. Claro, como poderia ser diferente? Refletem sua existência, sua leveza, sua grandeza.